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Ordens da Ajuda segundo Bert Hellinger

por | fev 16, 2024 | Constelações Sistêmicas Familiares e Empresariais | 0 Comentários


Bert Hellinger é amplamente reconhecido pelo seu trabalho revolucionário com as Constelações Familiares, uma abordagem terapêutica que busca trazer à luz as dinâmicas ocultas presentes nos sistemas familiares e relacionais. Dentro desse contexto, as Ordens de Ajuda de Bert Hellinger desempenham um papel crucial. Elas são os pilares fundamentais que orientam a prática das Constelações Familiares, oferecendo diretrizes valiosas não apenas para os terapeutas que trabalham com essa abordagem, mas também para qualquer profissional que se dedique a ajudar os outros.


Essas ordens não apenas delineiam a abordagem terapêutica em si, mas também informam sobre a postura e ética necessárias ao interagir e oferecer suporte aos clientes. Compreender e respeitar essas ordens é essencial para criar um ambiente terapêutico seguro e eficaz, onde as questões profundas e muitas vezes delicadas presentes nos sistemas familiares possam ser abordadas de maneira sensível e construtiva. Em essência, as Ordens de Ajuda de Bert Hellinger são um guia valioso para aqueles que buscam facilitar a cura e a transformação nas vidas das pessoas que atendem.

Primeira Ordem da Ajuda

Ofereça apenas o que é seu e aceite tão somente aquilo de que realmente precisa. Isso promove um intercâmbio equilibrado, beneficiando tanto quem auxilia quanto quem recebe suporte. Desordens surgem quando:

• Há tentativas de oferecer o que falta.
• Se busca receber o que é desnecessário.
• Se espera ou demanda de outrem o que ela não pode fornecer.
• Se retira a responsabilidade daquele que deve ou deseja assumi-la integralmente.

Essa ajuda, dotada de humildade, desafia o conceito de que ser “bom” está atrelado à constante disponibilidade de ajudar, o que exige coragem para admitir limitações e, por vezes, recusar a assistência.
A sabedoria está em agir dentro dos limites que a realidade impõe, tornando-se, quando possível, uma genuína força propulsora de auxílio, mantendo-se vigilante para evitar desequilíbrios no ato de dar e receber na ajuda.

Segunda Ordem da Ajuda

Submeter-se a situações existentes significa aceitar a realidade com suas restrições e, com essa compreensão, oferecer auxílio. Nessa conduta reservada e modesta, o papel central do ajudante se atenua.

No entanto, essa é uma posição de poder expressivo. Desordens desta assistência se caracterizam por:

• Negar ou dissimular os verdadeiros obstáculos.
• Pretender ajudar à custa do enfraquecimento mútuo.
• Ser fiel ao que é real e verdadeiro permite que se esteja em harmonia com a força da vida, dispensando a imposição de ideias pessoais. Esta abordagem revela sua força e eficácia.

Terceira Ordem da Ajuda

Posicionar-se perante o cliente como um igual, reconhecendo em ambos a capacidade de mudar destinos e superar adversidades, fortalece a relação na busca de soluções.

Evitar assumir o papel do cliente em decorrência de suas queixas, tentando preencher vazios aparentes, define a conduta do verdadeiro auxiliador.

Desordens nesta dinâmica incluem:

• Aceitar exigências imaturas.
• Tratar o cliente de modo infantilizado.
• Absolver o cliente de responsabilidades e consequências que lhe são próprias.

Reconhecer o cliente como alguém capaz é a pedra angular para que ele próprio se perceba competente, apropriando-se das oportunidades de transformação e seguindo adiante com sua própria força e habilidade.

Quarta Ordem da Ajuda

Focar exclusivamente no cliente resulta numa perspectiva parcial. É crucial observar o sistema integral ao qual ele está entrelaçado, especialmente os membros familiares próximos, como os pais, com respeito e cuidado.

Desordens nesta área surgem quando se:

• Ignora ou desrespeita outros membros do círculo familiar.
• Omite aquele excluído que detém a chave para a solução.
• Falha em perceber as demandas infantis na necessidade de uma empatia sistêmica mais firme.

Reconhecer o todo maior, incluindo os envolvidos na situação do cliente, é essencial para identificar verdadeiras soluções.

Caso o terapeuta adote unicamente a visão do cliente a respeito dos problemas, perderá informações cruciais que poderiam relaxar tensões sistêmicas e aliviar as dificuldades apresentadas.

Quinta Ordem da Ajuda

Amar e respeitar as pessoas tal como são demanda lidar com a realidade de seus destinos. Ao terapeuta, sua distância emocional facilita essa postura, permitindo ser a ponte para uma nova visão do cliente e suas adversidades.

Desordens nesta fase são caracterizadas por:

• Julgamentos.
• Condenações.
• Indignação moral.

Qualquer desvio para essas desordens separa o ajudante da verdadeira chance de auxílio, correndo o risco de amplificar os problemas do cliente em vez de apresentar novas maneiras de abordá-los. O cliente, consequentemente, permanece estagnado, sem avançar em sua vida.

Importância das Ordens da Ajuda

  1. Clareza de Papéis: Ao entender as Ordens da Ajuda, ajudantes podem manter a clareza sobre o seu papel e o papel do cliente, evitando sobreposições ou confusões que podem causar dependência ou abuso de poder.
  2. Respeito pelos Limites: As Ordens da Ajuda ensinam a importância dos limites pessoais e da autonomia do cliente, capacitando o ajudado em vez de criar dependência.
  3. Consciência das Dinâmicas Sistêmicas: Auxiliam o ajudante a reconhecer as complexas dinâmicas sistêmicas em jogo na vida do cliente e como essas influências podem estar afetando seu bem-estar e suas escolhas.
  4. Neutralidade e Não Intervenção: Ajudantes aprendem a manter uma posição neutra, evitando julgamentos e intervenções desnecessárias ou contra a vontade do cliente.
  5. Reconhecimento da Hierarquia no Sistema: Compreendendo quem veio primeiro e quem veio depois dentro de um sistema familiar, o ajudante pode honrar a ordem e ajudar a restaurar o equilíbrio.
  6. Contenção: Capacidade de não se deixar envolver emocionalmente nos assuntos do cliente, mantendo a própria saúde emocional e a eficácia da ajuda.

Atitudes Fundamentais para o Ajudante

  1. Acompanhar ao Invés de Dirigir: O ajudante acompanha o cliente na sua jornada sem tentar direcionar ou controlar o processo, confiando na capacidade de auto regulação do cliente.
  2. O Ajudante é menor: Quando um ajudante se coloca a serviço de um cliente, ele se coloca a serviço de todo seu sistema e, ali, ele chegou por último. Portanto deve olhar para a história do cliente e seu sistema de um lugar de muito respeito e humildade.
  3. Permissão para Ajudar: O ajudante deve sempre buscar a permissão explícita ou implícita para ajudar. Sem essa abertura, a ajuda não deve ser imposta. Só é possível ajudar quem quer ser ajudado.
  4. Habilidade de Suportar o Destino do Outro: O ajudante tem que ter a força interior para ser testemunha e suportar o destino difícil do outro sem tentar alterá-lo, a não ser que seja solicitado e seja apropriado fazer isso.
  5. Permanecer Desvinculado: Um princípio essencial é que o ajudante deve manter distância emocional e não se envolver pessoalmente nos problemas do cliente.
  6. O Respeito pelo Outro: Isso inclui respeitar as escolhas e o caminho do cliente, mesmo quando são diferentes dos do ajudante.
  7. Limitar a Ajuda: A ajuda deve ser limitada ao necessário e ao que é efetivamente solicitado. Mais ajuda do que o necessário pode enfraquecer o outro.
    Em suma, o treinamento nessas diretrizes garante que o ajudante esteja alinhado com uma prática responsável, ética e respeitosa, potencializando sua habilidade de ser genuinamente útil e transformador na vida daqueles que procuram por assistência.

    Por isso estamos oferecendo o Workshop Ordens da Ajuda com a renomada professora da Escola Hellinger Janaína Vieira em parceria com Joana Gaspar (saiba mais sobre Joana clicando aqui)

    Se inscreva no Workshop e aprimore profundamente suas habilidades e capacidade como ajudante (esse curso não é só para Consteladores, mas para todas as pessoas que trabalham com Ajuda). Clique aqui para se inscrever!

    Quem é Janaína Vieira
  • Facilitadora de Grupos e Atendimentos em Constelação Familiar
  • Mestranda em Psicologia Sistêmica – CUDEC/MÉXICO
  • Bacharel em Administração de Empresas
  • Superior em Administração de Recursos Humanos
  • Formada em Conciliação e Mediação pela Escola Paulista de Magistratura-SP;
  • Formada em Mediação Transformativa pela Escola Superior do Ministério Público SP;
  • Pós-Graduada em Direito Sistêmico – Hellinger Schulle – Faculdade Innovare;
  • Pós-Graduada em Direito Educacional
  • Formação em Constelação Familiar e Empresarial pelo Dr. Renato Bertate;
  • Participação em vários Seminários da Hellinger Science no Brasil e Alemanha;
  • Docente e uma das idealizadoras do Curso “Percepções Sistêmicas” que foi ministrado na Escola Paulista da Magistratura, e nos fóruns de São Vicente e Santos para mais de 500 alunos
  • Docente em pós graduação abordando o uso das constelações na mediação e no judiciário.
  • Palestrante em temas com abordagem sistêmica

Joana Gaspar

Consteladora Sistêmica Integrativa formada pela Escola Hellinger, filha de Neuza Calanca e Milton Gonçalles Gaspar, pai e mãe maravilhosos, sagitariana, nascida em Salvador em 1978, criada em São Paulo desde os 05 anos, mãe do Gabriel, vegetariana desde 1993 e vegana desde final de 2018.
Formada em Gestão Ambiental em 2003 e pós graduada em Recursos Humanos na Gestão de Negócios, atuou de 2005 a 2022 com RH estratégico, treinamentos, consultoria, coordenação e gerência de área e de projetos com foco em RH. Hoje ministra palestras, workshops e imersões na área de desenvolvimento humano, sendo docente de seu curso de Formação em Constelação Sistêmica Original Hellinger.

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